O lixo na praia,
a mulher parindo na calçada,
as multidões enlouquecidas,
as ilhas dos amantes,
Por um instante
a gente desliga os aparelhos
e vive.
N aluz que se filtra na mata,
poeirinhas,polens,saliva de fada
que ri à toa,
ou caspa de duende armando suas artes.
A ventania chega atropelando tudo:
recolhem-se crianças e coisas
e se olha a tempestade atrás da janela.
Logo ali o grande mundo mói a vida
com suas engrenagens cruéis:
mas naquele momento, naquela redoma
de vidro simples na chuva cotidiana,
ali é o castelo da Bela Adormecida
ou a casa dos sete anões
( Nada é banal.
A gente é que esquece.)
Lya Luft
arte Gustave Dore
Nenhum comentário:
Postar um comentário