Gostaria de ser horizontal.
Não
sou árvore com raízes no solo
Sugando
os minerais e o amor da natureza
Para
em cada maio reluzir-me em folhas.
Nem
sou como os encantos de um canteiro
Atraindo
um quinhão de Ahs! com minhas flores
Sem
saber que em breve estarei despetalada.
Comparada
comigo, a árvore é imortal
E
o canteiro não me sendo mais alto, é mais surpreendente,
E
quisera desta a longevidade e daquele a insolência.
Hoje,
diante da luz infinitesimal das estrelas,
As
árvores e flores destilam seus frescos odores
E
caminho entre elas, sem me notarem.
Às
vezes penso que, quando estou dormindo,
É
quando de fato mais me pareço com elas.
Os
pensamentos se esvoaçam.
Para
mim é mais natural estar deitada
Quando
o céu e eu entramos em conversa franca
E
me sentirei útil quando estiver estendida para sempre:
Então
as árvores poderão tocar-me, e as flores terão seu tempo para mim.
Sylvia
Plath
tradução Ivo Barroso