Talvez o Espírito de Deus pairasse
sobre a face das águas,mas só o que ele,o menino insone,viufoi o escuro e as gotas que caíamnum murmúrio.Foi sóo que viue ouviu,além da sirene do Cine Glóriaem seu alarmee a avó falando baixinho à Virgem Santíssima,e os Lobisomens no vento,e na imaginação o açudesolto nas ruas,na praça,subindo até tanger o sino da igrejado Divino.Talvez o Espírito de Deus pairassesobre as nuvens,mas não estava lá quando veio a manhãe as nuvens se esgarçarame o azul foi alagandoo céue o açude respiravaserenamenteentre as margens pantanosas e a muralha de pedra.E todosestavam felizes.Todos.Menos um:aquele,o menino insone,que perdera seu reino submerso.Ruy Espinheira Filhode Memória da Chuvafoto Schutterstock