sábado, 4 de novembro de 2017



Ainda que o canto desça, de atropelo
Como abelhas no enxame alucinante
em torno a um tronco, me penetre pelo
ouvido, em sua música incessante,
juro a mim mesmo: nunca
hei de escrevê-lo.


Hei de fechá-lo em mim como diamante
dentro da pedra feia.Hei de escondê-lo
na minha alma cansada e navegante.

E nunca mais proclamarei que te amo.
Antes o negarei como os namoros
secretos de menino encabulado.

Que se cale este verso em que te chamo.
Cessem para jamais risos e choros.
Meu amor mineral é tão calado!

Odylo Costa Filho
In As Tormentas

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