quarta-feira, 15 de novembro de 2017

O VIOLINO



São, às vezes, as surdinas 
Dos peitos apaixonados 
Aquelas notas divinas 
Que ele desprende aos bocados...
Tem, ora os prantos magoados 
Dessas crianças franzinas, 
Ora os risos debochados 
Das mulheres libertinas...
Quando o ouço vem-me à mente 
Um prazer intermitente... 
A harmonia, que desata,
Geme, chora... e de repente 
Dá uma risada estridente 
Nos "allegros" da Traviata.

Emilio de Menezes
arte Theo van Rysselberghe

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