segunda-feira, 30 de julho de 2018

Traz-me o girassol que eu o transplante




Traz-me o girassol que eu o transplante
no meu terreno queimado de maresia,
e a ansiedade de sua face amarela mostre
aos azuis brilhantes do céu todo dia.

Tendem à claridade as coisas obscuras,
exaurem-se os corpos num decorrer
de tintes: esses em música. Esvaecer
é portanto a ventura das desventuras.

Traz-me tu a planta que conduz
aonde surgem louras de transparências
e evapora-se a vida como essência;
traz-me o girassol enlouquecido de luz.

                Eugenio Montale        


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