Passas, leve e sutil, sem trégua e sem cansaço.
Passas, e de teus pés vem rolar sob a planta
Tudo o que ri e chora e se lastima e canta.
Uma esteira de pó fica após o teu passo...
Quanta angústia desfeita em lágrimas,
e quanta
Ilusão, que embalou um’hora o teu regaço,
Não pensaram, ness’hora inolvidada e santa,
Seguir contigo a estrada infinita do espaço!
E ao término fatal levaste-l’as, no entanto.
O monumento eril rui à tua passagem,
E transmuda-se em sombra a mais brilhante imagem.
Tarde ou cedo destróis tudo o que existe: o pranto
Secas, sustas o riso, e emudeces o grito
No lento caminhar através do infinito...
Julia Cortines
arte Fuller Graves
arte Fuller Graves
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