A AMADEU AMARAL
Florir no descampado ou no úmido recanto
De alguma ruína, ou mesmo em áspero alcantil,
É um orgulho
que tem o redoirado helianto
Dês que da
terra emerge a plúmula sutil
Quando ele desabrocha entre os glastos e o
acanto,
Entre os mil tinhorões e as passifloras mil,
Tem-se à
conta de um sol, nascido por encanto
Ao topo
senhorial do tomentoso hastil.
É de vê-lo medir, a força e o valimento,
Do orgulho vegetal, do seu orgulho em prol,
Ante o rival senhor de terra e firmamento!
E de vê-lo, tenaz, de arrebol a arrebol,
Do grande astro seguindo o régio movimento,
O áureo disco volver para encarar o sol!
Emílio Menezes
de Últimas Rimas
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