Declínio augusto de uma mocidade,
Tarde melhor que esplêndida manhã,
Fruto supremo na maturidade
E alma da carne sazonada e sã;
Argirócomo tronco, inda te invade
Juvenilmente, sápida e louçã,
A seiva forte em toda intensidade
Do sangue de imortal deusa pagã!
Nada te abate o orgulho da beleza,
Pois tens, dentro de ti, o áureo fulgor
Do Belo, eterno como a Natureza!
A arte emprestou- te o mágico vigor
Da forma que persiste, altiva e ilesa,
A rir da Morte e a perpetuar o Amor.
Emílio de Menezes
de Últimas Rimas
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